Resenha Tripla: Série Beleza Mortal - Coração Ferido, Coração Apaixonado e Coração Maligno



Título:
Coração Ferido, Coração Apaixonado e Coração Maligno
Autor: Chelsea Cain
Editora: Suma de Letras
Páginas: 336 ; 320 ; 293
Onde comprar: LOJAS QUE VENDE O LIVRO
Sinopse: Livro 1: Ao ser capturado por Gretchen Lowell, a serial killer que perseguia há dez anos, o detetive Archie Sheridan foi torturado, mas, em vez de morto, acabou liberado. E a criminosa entregou-se à polícia. Archie vive assombrado pelos dias de terror que passou nas mãos de Gretchen, mas mesmo assim, faz visitas semanais à ela, com a justificativa de que só ele pode fazê-la confessar onde estão os corpos das vítimas. Mas a verdade é que ele simplesmente não consegue ficar longe dela.
Livro 2: Em Coração Apaixonado, a autora traz de volta a perturbadora relação de Archie e Gretchen. “Esta é uma história de amor na medida em que estas duas pessoas têm obsessão uma pela outra. Não é saudável. Não é romântica. Mas há nela uma intimidade que é semelhante ao amor, ou ao que se entende por amor em relacionamentos manipuladores, violentos, terrivelmente conturbados”, observa Chelsea Cain. Quando uma jovem garota é encontrada morta em Forest Park, Portland, Archie imediatamente relembra da última vez que encontrou um corpo naquele lugar. Isso foi há mais de uma década atrás e era então a primeira vítima de Beleza Mortal. A princípio, o novo assassinato nada tem a ver com Gretchen, que está presa. Mas a investigação começa a tomar novos rumos depois que a repórter Susan Ward descobre a identidade da jovem e a suposta ligação desse crime com importantes figuras do governo. Outro imprevisto dá a real dimensão do caso que novamente está nas mãos de Archie: Gretchen Lowell finalmente escapou da prisão. A essa altura, o detetive já não consegue se concentrar em outra coisa além de sua obsessão por Gretchen, que ele não vê desde que se mudou de volta para a casa onde vivia com a esposa e os filhos. Seus esforços para reconstruir a vida familiar não são mais fortes do que as marcas deixadas pelos dez dias de tortura nas mãos da psicopata. O detetive precisará de uma vez por todas encontrar um meio de eliminar a ameaça que a serial killer representa para a comunidade local, para a sua sanidade e de sua família. Mesmo que para isso seja preciso oferecer a si próprio em sacrifício, o que não seria uma má ideia se lhe permitisse saciar a paixão que sente.
Livro 3: Gretchen Lowell, a Beleza Mortal, charmosa psicopata revelada em Coração Ferido, escapou da cadeia e das mãos de seu perseguidor Archie Sheridan. Agora, voltou a matar. Ou será de fato ela a responsável por mais uma série de assassinatos cruéis? "A pichação era recente. Grossas e elegantes linhas vermelhas (...), feitas a lápis ou meramente riscadas. A mesma figura, desenhada repetidas vezes. (...) Centenas de minúsculos corações, executados à perfeição com o que parecia ser um marcador vermelho. (...) O coração era a assinatura de Gretchen. Ela o gravava em todas as suas vítimas. Gravara-o em Archie. E agora, ela havia voltado." É com essa imagem perturbadora, registrada na parede de um banheiro de estrada, local onde também são encontrados vários olhos humanos boiando numa privada, que começa Coração Maligno, o desfecho da saga de Gretchen Lowell, a Beleza Mortal. Depois de capturar e torturar o policial Archie Sheridan em Coração Ferido e viver um interlúdio quase romântico com ele em Coração Apaixonado, a psicopata de beleza tão impressionante quanto sua inteligência tem agora o esperado encontro final com seu oponente. Mas, antes disso, Archie e a polícia de Portland terão de desvendar um aspecto inédito e horripilante do caso. A Beleza Mortal, por mais perigosa e perversa que seja, tornou-se uma celebridade. E, num mundo em que a fama é tão cobiçada, estar constantemente na mídia faz dela uma pessoa admirada. E fãs, como se sabe, tendem a copiar seus ídolos. Mas estaria este séquito doentio agindo inteiramente por conta própria? Ou a manipuladora Gretchen pode ainda ter algumas cartas na manga?




Um policial. Uma psicopata. A obsessão de um homem pela mulher que destruiu a sua vida.

E ae, povo.
Hoje a resenha é tripla! Vou falar sobre os três primeiros livros (que originalmente formavam uma trilogia finalizada) da série Beleza Mortal. E antes que vocês se enganem pelos títulos: não, não fala de uma história de amor. É um romance policial que gira em torno da serial killer mais sexy da América: Gretchen Lowell. Sim, uma assassina mulher! E bem escrita, hahaha. Vou falar mais brevemente sobre os dois primeiros livros e depois resenharei o terceiro que terminei de ler recentemente.

Livro 1 e Livro 2



No primeiro livro somos apresentados a Archie Sheridan, o lídar da força-tarefa Beleza Mortal, responsável pela caça à Grethen Lowell, uma notória serial killer, que foi assim apelidada por causa da sua estonteante beleza e sensualidade. Archie, depois de 10 anos caçando-a, acabou tornando-se uma de suas vítimas tendo passado dez dias sendo torturado pela loira. Numa reviravolta que não conseguimos entender até esse ponto, Gretchen decide não matar Archie e entrega-se à polícia. Então, na cadeia, depois de assumir mais de 200 assassinatos, ela faz um acordo: ela dirá quem matou e onde enterrou todas as vítimas desde que seja Archie o policial a tomar os depoimentos. Então todos os Domingos o detetive encontrava-se com ela na prisão. O problema é que Archie não fazia isso por obrigação: ele ansiava por vê-la novamente. Somos apresentados também a um novo serial killer, que se torna responsabilidade de Archie e seu parceiro Henry, um policial durão e meio machista. A imprensa cai em cima do caso e aí conhecemos a repórter de cabelos rosa Susan Ward, uma das personagens femininas mais legais que já li. Aparentemente independente e muito obstinada, ela quer provar-se e ascender ao posto de repórter policial e deseja escrever um livro sobre a história da Beleza Mortal, mas para isso precisa convencer Archie a dar entrevista. Isso tudo é apresentado a nós de forma aleatória, cada parte chegando num momento estratégico da trama, completando o enredo. No meio da trama com o novo serial killer, podemos ver o sofrimento de Archie que de certa forma acabou mesmo morrendo depois do encontro com Gretchen. Ele tornou-se um viciado em analgésicos, afastou-se da família e vive em crise por causa do seu desejo incontrolável pela loira.
A narrativa do livro é pesada, mas tranquila de ler. Os capítulos são alternados entre Archie e Susan e alguns flashbacks dos momentos de tortura de Archie. São descrições muito boas.

No segundo livro vemos Archie novamente tentando lidar com seus demônios, mas dessa vez recusando-se a ver Gretchen. Ele voltou para a casa da família e podemos ver o sofrimento de sua ex-mulher, Debbie, ao ver que Archie não é mais o mesmo. Numa reviravolta na prisão, Gretchen acaba conseguindo uma forma de fugir. Após isso, Archie é chamado para ver um corpo que está no local onde foi encontrada a primeira vítima da Beleza Mortal. Apesar disso, o crime não é ligado a ela e Archie e Susan acabam descobrindo que o assassinato está ligado a figuras políticas importantes. Junto a isso, Gretchen volta a matar, mas seu interesse por Archie continua grande. Então, ela lança para ele o desafio: ela para de matar se eles se encontrarem de novo. E o detetive mais uma vez vê-se ansioso para encontrá-la. E as consequências disso são gigantescas.
O mais interessante nesse livro é que os flashbacks dessa vez são mostrando a relação de Archie e Gretchen antes de ela sequestrá-lo. Ou seja, vamos finalmente entender o porquê da óbvia intimidade de desejo sexual entre os dois.

Ambos os livros são escritos com uma linguagem bastante livre, com palavrões, descrições das torturas, as formas de morte e cenas picantes. Eu adorei isso! Dá a exata dimensão de quem é a Gretchen e posso dizer que ela é a única serial killer mulher que realmente convenceu. Ela descrita como linda, inteligente e sedutora. Ficamos sabendo que ela utilizava cúmplices - homens seduzidos por ela - para os assassinatos. A relação dela com Archie é extremamente doentia e acabei achando que ele sofria de Síndrome de Estocolmo (se não souber o que é, clique aqui e entenda). Ele fala diversas vezes que fica de pau duro só de pensar na loira. O que eu mais gostei na Gretchen é que ela é constante e apesar da tentativa, é difícil que o leitor simpatize com ela. Ela é uma assassina fria e controladora e mantém assim o tempo inteiro. Susan é outra personagem marcante. Corajosa pra caramba e com sua própria trama. No segundo livro descobrimos o passado dela e percebemos que ela é uma pessoa profunda, com traumas e problemas psicológicos a serem resolvidos. Ah, falando em problemas psicológicos, a narrativa do livro é o que se pode chamar de narrativa psicológica: não há um tempo linear. As cenas acontecem de acordo com a necessidade de explicação da ação de um personagem. Isso deixa tudo muito mais interessante. Há outros personagens que são apresentados, mas fora Henry e os envolvidos com o serial killer, eles não tomam muita importância. Ah, esqueci de comentar que a marca registrada da Gretchen são coração desenhados com bisturi no corpo de suas vítimas e baços  removidos (sem anestesia).

Coração Maligno



Coração Maligno era para ter sido o último livro, fechando uma trilogia, mas como deu certo lá na terra do tio Sam, acabou tornando uma série e foram lançados outros três livros. Bom, nesse livro Gretchen ainda está à solta e Archie, depois de seu reencontro com ela está internado numa ''casa de repouso''. Quando Henry é chamado para investigar o local onde olhos foram encontrados flutuando numa privada, ele pensa que talvez estejam lidando com Gretchen de novo. Archie não acredita que ela possa estar matando novamente por causa do acordo que fez com ela: se ele não se matar, então ela não mata. Porém, com uma serial killer tão sedutora, será que ela precisa mesmo pôr as mãos na vítima para matar?

O terceiro livro é um pouco menos denso que o segundo (que é meu preferido) e menos cenas picantes, mas tem muito mais mortes, mais torturas e descrições mais longas e até uma tentativa de uma mensagem moral. Finalmente vemos Archie decidindo o que sente por Gretchen. Ele quer matá-la. Ele sabe que só acabará assim. E ele é o único que pode aproximar-se dela. E as lacunas deixados nos outros livros são preenchidas aqui. Descobrimos exatamente como eles se conheceram e como se envolveram. Nesse livro temos também um mistério maior que envolve os fãs da loira. Vemos que a mídia está toda voltada a falar sobre a assassina linda e carismática e percebemos que toda essa exposição traz simpatizantes. Tem até excursões aos locais onde foram encontrados as vítimas dela. Revistas de moda mostram como ter o cabelo igual ao dela. Manicures inventam uma pintura chamada Beleza Mortal. Uma das falas de Archie exalta bem o que Chelsea Cain tenta dizer com isso:

- O que há de errado com essas pessoas?

Susan está de volta ainda mais poderosa, amadurecida e um pouco relutante. Mesmo ainda estando com o projeto de escrever um livro sobre o caso de Gretchen, depois de seu encontro com ela, Susan fica mais consciente do perigo que corre. Mas isso não a impede de continuar investigando o caso. E as passagens dela são muito boas, especialmente porque ela fica citando maneiras bobas com as quais as pessoas morrem. Dá um ar cômico-trágico ao livro que é bem legal.

A trama desse livro é melhor que as outras e o mistério é bem mais difícil de decifrar. Aliás, o final do livro não dá a mínima pista do que aconteceu de verdade. Sério, foi incrível. Gretchen sabe mesmo como enlouquecer uma pessoa. Apesar de eu esperar algo a mais do terceiro encontro entre eles, a história foi boa e muito bem contada. E dá a deixa para serem escritos novos livros. Por isso eu fui procurar. E agora que todos sabemos que tem mais, vamos juntos cozinhar o juízo da Suma de Letras para que The Night Season seja traduzido. Os livros seguintes são Kill You Twicee Let me go.


E aê, curtiram? Eu curti muito!

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