Título: Blackbird - A Fuga
Autor: Anna Carey
Editora: V&R
Páginas: 230
Onde comprar: Amazon | Saraiva
Sinopse: Uma garota acorda nos trilhos do metrô de Los Angeles sem lembrar quem é. Há uma mochila a seus pés contendo uma troca de roupas, mil dólares em espécie, um número de telefone e a instrução “Não ligue para a polícia” Perguntas rodopiam em sua cabeça: Quem é ela? Como chegou ali? O que ela fez? O que significa a tatuagem de um pássaro e o código FNV02198 em seu pulso? Ela mal tem tempo para descobrir sua identidade, e logo percebe que está sendo caçada. Precisa fugir desesperadamente. Não sabe quem são eles, não sabe em quem confiar. Só há uma coisa que sabe com certeza: estão tentando matá-la.
Honestamente, não sabia o que esperar deste livro. Comprei-o durante minha viagem de férias, sem internet suficiente para pesquisar opiniões ou tempo para procurar mais livros, pois queria desesperadamente um que pudesse me distrair. Embora desejasse um romance, não encontrei nenhum que pudesse me agradar da forma como queria, então resolvi apostar neste thriller, o qual me surpreendeu bastante – positivamente.
Você acorda na estação de metrô e passa por uma experiência de quase morte. Todos querem saber quem você é, mas nem mesmo você sabe. Possui apenas uma mochila com dinheiro, um número de telefone e uma mensagem, mas nenhuma ideia de quem você foi. Andando por Los Angeles, você descobre que está sendo caçada por algum motivo desconhecido e por pessoas com muito dinheiro. Tem, então, duas alternativas: fugir ou encarar seus inimigos, mesmo que não saiba quem são eles. Mas tem Ben também, aquele rapaz gentil que quis lhe ajudar e a quem você se apresentou como Sunny. E tem aquele outro rapaz de seus sonhos. Talvez eles também estejam correndo perigo, principalmente se sua memória retornar.
– Isso é de antes? – Estava aí quando eu acordei. – Você vira a cabeça, cobrindo a cicatriz com a mão. […] – Odeio isso – ele sussurra. – Você não merece nada disso. – Você não saber. Eu posso ter… – Eu sei sim. Ele parece ter tanta certeza que você tem vontade de acreditar. Talvez houvesse um motivo para você ser quem era, para ter feito o que fez. Talvez tudo possa ser explicado. […] – Ela vai voltar – você diz, sem saber quem estava reconfortando. – Minha memória vai voltar. – Eu sei.
"Blackbird" conta uma história diferente por dois pontos principais: o enredo e a narrativa. Sobre a narrativa, é preciso informar que ela é feita em segunda pessoa – mais ou menos da forma como escrevi acima, já entrando no clima. Eu achei que odiaria esta forma de história, mas gostei bastante. Ela me fez lembrar outros textos que já li e que transportam o leitor ao centro da história. O leitor fica muito mais próximo da aventura deste modo. Se por um lado, o leitor se aproxima da ação, ele se afasta da reflexão. Há bastante tempo não lia um livro quase puramente de ação, e isto me deixou um pouco apreensiva no começo. Gosto das partes de reflexão dos livros, mas logo me acostumei. Além de menos reflexão, o modo de narrar apresenta menos descrições também, evitando aquelas cenas desnecessárias ou longos parágrafos que apenas cansam a vista.
Sobre o segundo ponto que diferencia a história, o enredo, realmente fiquei surpresa. Estou tão acostumada a ler distopias quando leio livros com muita ação, que logo achei que a história trataria da temática. Mas não. O livro foge do óbvio ao sair de temas grandiosos, que visem conscientizar a sociedade de algum grande mal ou coisas afins. Não acho ruim discutir o futuro da humanidade ou refletir um cenário fictício distópico. Pelo contrário, até gosto bastante. Porém, cansa ver apenas histórias que pretendam trazer uma grande lição. Literatura não é só isso, embora também sirva a isso. E "Blackbird" me lembrou que nem toda história precisa ter uma grande moral para ser boa, apesar de trazer também o questionamento sobre a moral humana.
Voltando ao ponto, "Blackbird" consegue trazer uma história diferente ao invocar um motivo de perseguição que não engrandece a protagonista. Sunny não é Mockinjay ou Divergente – desculpem as referências. Amo os livros, mas não pude deixar de pensar nisso – nem vai quebrar as regras da sociedade e desconstruí-la. Sunny é apenas alguém que está sendo caçado e precisa sobreviver.
Referentemente ao final, eu amei e odiei. Amei, porque foi um bom final, com uma grande surpresa sobre um dos personagens, vários detalhes explicados e uma cena final bastante instigante. Odiei, porque essa cena final instigante não foi exatamente um término. Sabe aquelas cenas em que pensamos: “espera cadê o resto? Estão faltando páginas. Não pode ter acabado aqui, quando algo está começando”. Foi uma dessas cenas. É ótimo se você tem a continuação em mãos, mas não era o meu caso. Eu deixei de comprar a continuação, Deadfall – A Caçada por não saber que o livro estava em promoção senão no caixa já, e quando voltei, tive dificuldades para encontrar nas livrarias físicas ou virtuais em que costumo comprar – só achei a continuação na FNAC (física e virtual), mesma loja em que comprei o primeiro.
A história é de rápida leitura, bastante agradável e instigante, sem falar que traz uma história diferente e um modo de narrar bastante incomum. Por isso, super recomendo a leitura nestas férias.
P.S: Os direitos da história foram comprados pela Lionsgate. Quem sabe não vemos uma adaptação cinematográfica nos próximos anos.
Oiii Athena
ResponderExcluirEu li essa dualogia faz alguns meses e apesar de ter gostado tive meus problemas com a maneira em como está narrado, achei às vezes confuso. Também fiquei com a sensação de que faltaram algumas coisinhas no final sabe? Certas pontas soltas que foram abandonadas. Mesmo assim, realmente, é um livro que prende e deixa a gente intrigado em ler até o fim.
Beijos
aliceandthebooks.blogspot.com
De início também achei confuso, mas depois eu me acostumei e acabei gostando. E concordo que alguns pontos ficara soltos. Depois vou postar a resenha da continuação. Apesar de tudo, é como você falou, o livro prende e nos deixa bastante intrigadas hahaha
ExcluirBeijos